Ontem eu e minhas amigas, falávamos sobre essa geração de mulheres mentirosas e insuportavelmente chatas, que possuem a autoestima nas nuvens, que se acham imensamente superiores aos homens ao ponto de não precisar de um namorado, ficante ou marido. Quantas feministas malucas estão aí, dando uma de “duronas” disputando à faca o primeiro lugar, mas ela nem sabe em que competição está e qual é “o grande premio”.
“Estou muito bem sozinha: homens estão em extinção, homens têm medo de mulheres independentes e poderosas como eu, blá blá blá…” (gargalhadas). Uma ova. Por mais bonita, bem sucedida e cheia de querer que você seja, admita: ninguém te quer e não o contrário.
E posso afirmar: uma mulher, por mais bem sucedida profissionalmente e economicamente que seja nunca será uma mulher, se ela não for TAMBÉM, bem sucedida na dança do acasalamento, bêh… vai me dizer que não gostas? Nada contra, mas se não gosta, pode ser este mais um motivo de estar só, todo mundo gosta de gozar!!
Não me venha dizer que é melhor sair todos os finais de semanas com as mesmas amigas solteironas “independentes”, de ideologias idiotadas reclamando dos homens e depois irem dormir sozinhas, do que um saco de pipocas, chocolate, Coca-Cola e uns amassos.
Ahhhhh…. Homens, aqueles ingratos.
Quem disse que só as mulheres evoluíram? Não seria possível que nós, mulheres, aprendêssemos a dirigir, trocar o chuveiro e os pneus e ninguém contasse nada aos homens!
Somos oito filhos e crescemos na mesma casa, com os mesmos pais. Nós todos víamos mamãe trabalhar muito a vida inteira, dividir as contas da família com meu pai, fazer comida e brigar conosco enquanto meu pai nos mimava, perturbava ou brincava a gente.
Esse papo furado de que os homens não estão preparados para essa nova mulher seria revolucionário na época da minha avó, D. Maria Angélica, que se casou e separou várias vezes, teve filhos em todos os casamentos, educou todos e morreu de boa… (Talvez tenha ficado mal falada na cidade, mas era a minha avó, no tempo da minha avó).
Minha mãe não aprendeu dirigir porque não quis, mas foi estudar depois dos 50 anos e nunca ficou sem dinheiro ou emprego – até porque, a D. Dina, era a melhor costureira da região, tinha tempo para dar conta do trabalho, cuidar dos oito filhos e ser a gostosona do meu pai. Essa ladainha que correr atrás, produzir, ganhar dinheiro ao invés de ver novela, é coisa da mulher contemporânea, é papo furado.
Meus pais sempre souberam que eu era libertária e sempre torceram para que eu encontrasse um companheiro maluco para dividir a vida, e nunca me fizeram pensar, que escolher ser bem sucedida era sinônimo de ser mal amada.
Os homens não são incapazes, nós nos adaptamos aos novos tempos, eles também. Todos nós precisamos de ajustes aqui e ali, mas está tudo caminhando, já até aprendi a cozinhar alguns pratos mais elaborados. Aprendi com meu marido e dai? Hoje mesmo ele chegou a tempo de salvar a acelga das minhas mãos…
Tenho três homens e meio em casa, (filhos) aqui eu não convivo com “homens despreparados para essa nova mulher” que sou eu, você e QUASE todo mundo, até meu garoto de 12 anos sabe preparar algo para comer.
Tenho amigos homens, e eles querem uma mulher para ser parceira, dependentes ou não, e choram por um pé na bunda; ficam perdidos sem conseguir agradar “essas fulanas” que nem sabem o que querem, porque cresceram achando que podem querer tudo, e podem, mas sem encher o saco ou tentar diminuir o valor que os homens tem, só porque você é ou está frustrada.
Eu ganho o meu dinheiro, gosto de uísque, cerveja; dirijo “má ou meno”, arroto bem alto, cuido do meu imposto de renda, (com ajuda da minha amiga contadora, Patrícia). Sei pregar botão, mas alinhavo torto; não sei nem por onde começa a receita de suflê de escarolas, só vou ao supermercado para comprar Danone, porcarias e… no dia que eu quis cozinhar o ovo perfeito, dei um Google. Compro botas e calças caras, divido em seis vezes, mas pechincho na bolsa; bebo com as minhas amigas e nunca fui cobrada por ficar bêbada, por não esticar a cama ou ficar internada escrevendo.
Neste momento em que escrevo estou esperando meu marido chegar do mercado com meu shampoo e a cerveja, é ele quem sabe escolher a carne, comprar peixe e fazer feira; vira e mexe ele está na cozinha preparando uma torta ou algo especial pra mim ou para o jantar da família, mas ele não é um paspalho, é o homem da casa: o que manda no “galinheiro”.
Um maluco que me ama e me escolheu do jeito que sou: que vibra com as minhas vitórias, se emociona com minhas histórias; que ri da minha esquizofrenia e me salvou de jantar miojo pelo resto da vida.
E esse papo de “eu fico muito bem sozinha”, é outro papo furado de mulher que ninguém quer, porque será?
Conheço uma penca de gente que assume que precisa de alguém para amar, brincar, passear, irritar… porque isso aqui não é uma competição é vida e todo mundo quer a mesma coisa, eu: você, a Maria, o Marco, a Matilde, o Rodrigo, o João, a Cris, a Camila; todo mundo quer subir na garupa do seu amor e viajar, todo mundo quer sossegar o rabo num relacionamento feliz e cheio de cumplicidade, de parceria, paixão, de mãos dadas no cinema, ao redor de muitos amigos e a sós.
Chega desse discurso de ser mal compreendida pelo mundo e pelos homens. Tem muita gente dando sopa por aí, de ambos os lados, por inúmeras razões. Se você acredita mesmo que ninguém te merece porque é independente, poderosa e autossuficiente e que os homens não sabem lidar com isso, só quero lhe dizer uma coisa: você está sozinha porque é muito cheia de querer.
Bom, agora, vou me arrumar, porque meu marido está chegando, vamos tomar cerveja, ouvir rock juntos e… pia… fogão…
Hoje sou ajudante de cozinha. Muito justo.